Ela vivia em seu próprio mundo. Achava-o melhor, pois o mundo real era cruel demais, errado demais. E faltava-lhe liberdade. Liberdade para cometer erros e aprender com eles, liberdade para ir e vir sem precisar dar todos os detalhes para alguém. Não precisava explicar o porquê de estar calada demais, ou falante demais. Nem o porquê de estar faminta ou sem apetite algum. Em seu mundo, ela era o que queria e o que fazia. Pena que esse mundo existia somente em sua mente. Então, no final, não adiantava de nada. Porque apesar de viver do modo que gostava dentro de si, o que realmente valia era sua convivência no mundo que compartilhava com os outros. E esse mundo, para ela, não era bom o bastante.
Giselle Viana.
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